20 dezembro, 2010

Jesus quer que os Apostolos...

Caminhando com Jesus, desde o seu Baptismo até à sua Ascensão, apoiado nos relatos evangélicos, ao ver como Jesus forma os apóstolos, a missão que lhes confia e o modo como quer que eles a vivam, descubro que ser padre segundo Jesus Cristo é muito mais e muito diferente do modo como eu sou e também do modelo de padre que a Igreja me propõe.
  • Jesus quer que os apóstolos O acompanhem todo o tempo do seu ministério público, que estabeleçam com Ele uma relação pessoal, sejam ouvintes e testemunhas directas das suas palavras e obras, conheçam a sua vida íntima, descubram a sua verdadeira identidade (“E vós, quem dizeis que Eu sou?” – Mt 16,15), e O amem de verdade (“Tu és deveras meu amigo?” – Jo 21,17). Só quem O conhece e O ama assim – quem superou o exame da fé e do amor – estará verdadeiramente seduzido por Jesus e aceitará continuar a sua missão.

  • Jesus quer que os apóstolos, tal como Ele, com a mesma radicalidade e a mesma entrega, proclamem o Evangelho, a Boa Nova da Salvação, o reino de Deus. O reino de Deus, que Jesus anuncia e põe em marcha, é o mundo novo que Deus sonhou para os homens, um mundo segundo a medida do seu amor por eles. Um mundo onde todos os homens, e não apenas alguns, possam viver com dignidade, realizar-se como pessoas e ser autenticamente felizes.

  • Jesus quer que os apóstolos, com a ousadia e a frontalidade dos profetas, anunciem o reino de Deus como uma Boa Nova para os pobres e doentes, para os oprimidos e prisioneiros, para os excluídos e marginalizados da sociedade, para os que procuram o sentido da vida e para os homens pecadores; que, com a solicitude e a bondade dos pastores, o façam chegar à vida e ao coração de cada pessoa; e, como sacerdotes, perpetuem o mistério do amor de Deus, levado ao extremo na oferta que Jesus fez de si mesmo na cruz: um amor que vence o pecado e a morte, que redime e recria, liberta e salva o homem.

  • Jesus quer que os apóstolos sejam, acima de tudo, testemunhas da sua ressurreição. “Sereis minhas testemunhas … até aos confins do mundo” (Act 1,8). Estas são as palavras que Jesus ressuscitado dirige aos apóstolos, imediatamente antes da sua Ascensão ao Céu. Pede-lhes que sejam testemunhas dele, o Senhor ressuscitado, precisamente Aquele que está a falar com eles.

Os apóstolos compreenderam e assumiram isso como o essencial e específico da sua missão. Com efeito, quando se propuseram escolher o substituto de Judas, colocaram como condição que fosse alguém que pudesse tornar-se com eles testemunha da ressurreição de Jesus (Act 1,22).

Do livro: «Quando for grande quero ser padre" (Pe. José Manuel Martins de Almeida)

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