17 fevereiro, 2007

“Amai os vossos inimigos”.

Esta proposta de Jesus parece inverter por completo toda a lógica dos sentimentos humanos. Jesus pede-nos que façamos o bem, abençoemos, rezemos e perdoemos precisamente a quem nos odeia, amaldiçoa e injuria!
Deste modo, Jesus quer romper com a lógica da violência e da vingança. Estas viciam todas as relações humanas, tornando insuportável a vida em sociedade.
O amor aos inimigos é a grande novidade da mensagem de Jesus, é o que distingue claramente os verdadeiros cristãos dos pagãos. Só o amor, que não exclui ninguém nem mesmos os inimigos, pode renovar o coração e o mundo dos homens. Só este amor, que elimina o ódio, promove a justiça, impele à solidariedade e garante a paz.

“Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também”.
Este é o grande princípio que deve animar o amor ao próximo e que ajuda o homem a compreender a razão de ser do mandamento do amor aos inimigos.
Atenção! Jesus não diz: “fazei como os outros vos fazem a vós”, mas diz: “como quereis que os outros vos façam”. Jesus pede-nos que procedamos em relação às pessoas, mesmo para com aquelas que nos fazem mal, como gostaríamos que elas nos tivessem feito. Ora, nós queremos que os outros nos sejam favoráveis no quer fazem e no que dizem a nosso respeito.
Assim:
• se nos mentem, não lhes devemos mentir. Pelo contrário devemos dizer-lhes a verdade, pois é a verdade que gostaríamos que eles nos tivessem dito;
• se nos prejudicam, não vamos prejudicá-los, porque nós quereríamos que eles não nos tivessem prejudicado;
• se nos caluniam, não vamos usar contra eles a arma da calúnia, pois não lhes vamos fazer o que não gostámos que eles nos tivessem feito.
Fazendo aos outros, que foram injustos para connosco, o que quereríamos que eles nos tivessem feito e não segundo o que realmente nos fizeram, estamos a dizer-lhes, com caridade, que procederam mal agindo como agiram. Além disso, estamos a indicar-lhes o que eles deveriam ter feito, o modo correcto como eles deveriam ter agido em relação a nós.
A vitória que dignifica o homem, e muito concretamente o discípulo de Jesus, nas suas relações humanas é a do amor e a do perdão. Ganhamos, quando vencemos os outros pelo amor e não quando conseguimos fazer-lhes pior do que eles nos fizeram a nós!

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